Para contar a história da Casa Glória, precisamos relembrar uma importante fase da História do Brasil. Na virada do século XIX para o XX, nosso país conheceu uma rápida expansão econômica na indústria e na agricultura. E, impulsionado pela escassez de mão de obra recebeu grandes levas de imigrantes, principalmente da Europa e do Oriente Médio.
Dentre esses aventureiros estava o casal libanês Name Nicolau e Zachia João, que se dedicou ao comércio atacadista e varejista, assim como os seus compatriotas que aqui atracaram.
Seguindo as raízes do pai, os irmãos Cecílio Nicolau e João Name viveram do comércio. Inicialmente, como eles diziam, “mascateando” em lombo de cavalo pelas estradas poeirentas do triângulo mineiro.
Em meados da década de 1940, estabeleceram-se em Casa Branca, SP, onde fundaram a loja Casa Verde. E, em 1949, incentivados por José João, primo de seus pais, mudaram-se para Porto Ferreira e iniciaram um pequeno comércio no cruzamento das ruas Coronel Procópio de Carvalho com a João Procópio Sobrinho. Pouco tempo depois, com a desativação do armazém de José João, ampliaram as instalações da loja.
Muitos perguntam: “Como os irmãos escolheram o nome da loja”? Simples, os dois queriam algo que lembrasse reputação, boas ações e também um toque de virtude, talento e a força de um nome feminino. A opção Casa Glória se firmou e desde então identifica a empresa. Como a maioria das lojas daquela época, comercializava confecções, tecidos, armarinho, calçados, chapéus e enxovais.
Em 1950, iniciando os Anos Dourados, Cecílio se casou com Palmyra Joseppina, descendente dos imigrantes italianos Orestes Antonialli e Amábile Zuchetto.
Atravessaram os anos 60 e 70, os mais conturbados do século XX. Atentos às profundas mudanças comportamentais, jovens cobrando liberdade política e de expressão, revoluções estudantis, mulheres conquistando seus direitos em todas as áreas e muito mais. Enfim, uma nova postura de uma sociedade cada vez mais exigente e focada na cidadania.
Como não poderia ser diferente, a Casa Glória acompanhou tudo isso de perto, traduzindo essa agitação em ofertas de produtos que estavam presentes nas publicações de moda da época.
Nessa década, houve uma nova ampliação da mais completa loja de confecções da cidade. E aos poucos a empresa recebeu a colaboração dos filhos de Cecílio, que assumiram a continuidade dos trabalhos após o falecimento de João (1979) e de Cecílio (1996).